quarta-feira, 15 de outubro de 2014



(cont. alguns conceitos importante)

Funções e Características Particulares de algumas Imunoglobulinas (Igs):

IgA: Protege as mucosas nasais e intestinais contra microorganismos, predominante na saliva, lágrima, líquidos nasal e traqueobrônquico, colostro e leite. São, assim, responsáveis pela resposta nestes tecidos.

Subclasses:
A1: predominante no soro
A2:protege mucosa das agressões, não atravessa a barreira placentária, pela presença no colostro supõe proteção gástrica neonatal.

Baixo IgA: significa susceptibilidade aos agentes patógenos do intestino. 

IgG: É produzida em larga escala a partir do reconhecimento do antígeno e tem vida mais longa, sendo responsável pela memória específica contra determinado antígeno.

Subclasses:
G1: a maioria é encontrada no sangue e reagem contra proteínas
estranhas (alimentos).
G2: deficiência relacionada a infecções recorrentes devido a
pneumococos ou à haemophilus.
G3: o subtipo que apresenta deficiência com maior frequência;
encontrada em pessoas com infecções respiratórias frequentes.
G4: deficiência encontra-se em pessoas com infecções respiratórias
recorrentes, alergias alimentares e em pacientes imunodeprimidos;
única que atravessa barreira placentária - imunidade passiva neonatal.

Mesmo se o IgG total esteja normal, um ou mais subtipos
podem estar baixos.

IgM: É específica, mas tem vida curta e só é produzida por ocasião
de uma resposta aguda. A presença de IgM específica contra um determinado antígeno na circulação indica que o indivíduo está sendo infectado por aquele antígeno naquele momento. Em neonatos sugere infecção fetal (produzida pelo feto).

IgE: Ocorre em infestações por organismos parasitas, sendo responsável pela neutralização do verme que será destruído pelos eosinófilos. Participa também das reações de hipersensibilidade (alergias), onde mastócitos ativados permanecem nas mucosas supersensíveis a antígenos do ambiente, por exemplo, fungos do ar, e são ativados rapidamente, assim que IgE específica entra em contato com o antígeno.

IgD: É a imunoglobulina da superfície do linfócito B, que ocorre antes que este seja primado pelo linfócito T, ela não é, portanto, específica. 


Técnicas Imunológicas Utilizadas no Diagnóstico de Infecções:


(caro leitor, daremos início agora ao estudo de técnicas de identificação de antígenos e anticorpos para diagnóstico de doenças e infecções)

            O diagnóstico de certeza de um processo infeccioso é a demonstração do patógeno ou de seus produtos nos tecidos ou fluidos biológicos do hospedeiro. Porém nem sempre isso é possível, quer pela ausência do agente infeccioso, quer pela falta de sensibilidade dos métodos utilizados, ou por falhas técnicas ou pelos longos períodos exigidos para uma resposta do laboratório. Os métodos imunológicos diretos ou indiretos têm sido amplamente utilizados para suprir as deficiências dos métodos parasitológicos ou microbiológicos na pesquisa de antígenos, anticorpos ou imunocomplexos, pela rapidez, simplicidade de execução, possibilidade de automação e baixo custo operacional. O conhecimento da aplicação dos testes sorológicos e a interpretação correta dos resultados obtidos são fundamentais para clínicos, patologistas e laboratoristas orientarem seu trabalho visando o diagnóstico correto, associando sempre os resultados obtidos às investigações clínicas e epidemiológicas.
            A presença de um anticorpo dirigido contra uma proteína ou substância específica depende da resposta imunológica do paciente; por conseguinte, utiliza-se a detecção de anticorpos para a avaliação quantitativa e qualitativa das resposta imunológicas normais e anormais do hospedeiro. O uso crescente de antígenos molecularmente clonados melhorou de maneira extraordinária a precisão da detecção de anticorpos. Por outro lado, a detecção de antígenos é habitualmente utilizada para determinar a presença de proteínas ou compostos estranhos (por exemplo, agentes infecciosos ou drogas). O uso de anticorpos monoclonais (mAb), como reagentes específicos para determinados antígenos melhorou radicalmente os métodos de detecção de antígenos.
            Fundamentalmente, a detecção de anticorpos de antígenos depende da formação de complexos antígeno-anticorpo. Um dos componentes dessa ligação é definido, marcado e utilizado como sonda para investigar a presença do outro componente. Dentre os testes que utilizam dessa técnica destacam-se: Técnicas Imunoenzimáticas, de Precipitação, de Aglutinação, Ensaios Líticos, Teste de Imunoflorescência, Técnicas com Marcadores Radioativos.
(aguarde as próximas postagens para saber mais sobre essas técnicas)

Fontes:

http://sitebiomedico.br.tripod.com/infeccoes.htm
http://adm.online.unip.br/img_ead_dp/39315.PDF
Imunologia Médica - Daniel P. Stites & Abba I. Terr & Tristam G. Parslow & John B. Imboden

6 comentários:

  1. Os métodos imunológicos diretos e indiretos tem sido muito empregados, para detectar antígenos, anticorpos ou imunocomplexos relacionados com a existência da infecção parasitária. Esses métodos se caracterizam pela simplicidade e rapidez de execução, possibilidade de automação e baixo custo operacional. No diagnóstico da esquistossomose, por exemplo, utiliza-se comumente o exame parasitológico de fezes, por ser sensível e de fácil execução. Já o diagnóstico imunológico pode ser realizado utilizando o soro do paciente utilizando o soro do paciente para pesquisa de anticorpos contra o verme da esquistossomose.

    ResponderExcluir
  2. A presença de imunoglobulinas no sistema circulatório é um indício de infecção do organismo alheio ao humano ou também a rejeições cirúrgicas, por exemplo. Conhecer os diversos tipos de imunoglobulinas e suas correspondentes funções sao de extrema importância para saber o tipo de doença que pode estar afligindo o organismo e elaborar um diagnóstico preciso.

    ResponderExcluir
  3. Uma importância nos testes imunológicos é no diagnóstico de neurocisticercose. O diagnóstico desta doença tem sido feito através de técnicas de imagem, mas estas podem fornecer resultados falso-negativos. Dessa forma, faz-se necessário exames de alta sensibilidade para poder se detectar com maior clareza e menor margem de erro possíveis. Afinal, a neurocisticercose é uma doença que, por atingir áreas do sistema nervoso central, pode causar deficiências sérias em várias modalidades de ação desse sistema. Os sintomas geralmente surgem quando os cistos começam a envelhecer e provocam uma resposta inflamatória do hospedeiro. Dentre os sintomas há sinais de aumento de pressão intracraniana, meningite, alterações de comportamento, e outros danos neurológicos.

    Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442002000200005
    http://www.amato.com.br/content/neurocisticercose-cisticercose-do-sistema-nervoso-central

    ResponderExcluir
  4. O Teste de Aglutinação é caracterizado pela formação de agregados visíveis como resultado da interação de anticorpos específicos e partículas insolúveis que contém determinantes antigênicos na superfície. Ele é bastante sensível, e é utilizado no diagnóstico de vírus, bactérias, protozoários e fungos; doenças auto-imunes; detecção de hormônios e tipagem de grupos sanguíneos. É considerado de fácil execução (por meio de leitura visual) e de baixo custo. Tem baixa sensibilidade e pouca estabilidade Ag-Ac.

    ResponderExcluir
  5. Essa postagem ilustra o quanto a anamnese é importante, mesmo que a tecnologia esteja ajudando tanto a medicina. O mèdico tem que compreender que apenas o exame laboratorial não trará a resposta para o problema do paciente, mas sim uma abordagem multifatorial, feita através do levantamento da história clínica do paciente.

    ResponderExcluir
  6. Os métodos imunológicos a serem empregados no diagnóstico de qualquer patologia devem apresentar altas sensibilidade e especificidade, utilizar reagentes estáveis, além de ser práticos e econômicos. Em trabalhos epidemiológicos feitos em países em desenvolvimento com alta prevalência de helmintoses, testes com alta especificidade são de grande importância

    ResponderExcluir