quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Técnicas de Imunoflorescência e com Marcadores Radioativos



TESTE DE IMUNOFLUORESCÊNCIA
      
O teste de imunofluorescência é um dos mais utilizados no diagnósticos de laboratório para a pesquisa de anticorpos e cada vez mais com anticorpos monoclonais para a pesquisa de microrganismos e seus componentes em espécimes clínicas. Baseia-se na capacidade das moléculas de anticorpo se ligarem covalentemente a fluorocromos sem perder sua reatividade específica com o antígeno. Os fluorocromos clássicos são a fluoresceína e a rodamina. Após os fluoróforos serem excitados por um determinado comprimento de onda, emitem fótons de luz fluorescentes a um comprimento de onda superior.


Teste de Imunofluorescência Direta

O teste de imunofluorescência direta é empregado na pesquisa e na localização de antígenos em células ou tecidos através de um anticorpo específico marcado com fluorocromo (conjugado). O conjugado se fixa ao antígeno, formando um imunocomplexo estável. O anticorpo não ligado é removido por lavagens e o preparado é observado em microscópio de fluorescência.
O teste tem sido utilizado para a pesquisa de Chlamydia trachomatis, Treponema pallidum, Legionnella sp, Escherichia coli, estreptococos ß-hemolítico do grupo A e vários vírus, com os do herpes simples tipo 1 e 2, o citomegalovírus, os da influenza tipo A e B, os da parainfluenza 1,2 e 3, o da varicela-zoster e o adenovírus.




Teste de Imunofluorescência Indireta
A sensibilidade dos testes de imunofluorescência é limitada ao nível de fluorescência detectável pelo olho humano; por isso, o teste de imunofluorescência indireta tem sido empregado para amplificar o sinal e aumentar a sensibilidade. Pode ser empregado na pesquisa de antígenos ou de anticorpos.

            * Para a Pesquisa de Antígenos
Consiste na incubação da célula ou tecido em que se quer pesquisar o antígeno com o anticorpo específico obtido em animal conhecido ou monoclonal, levando a formação de um imunocomplexo. Após a lavagem, a preparação é incubada com um conjugado de antiimunoglobulina produzida em outra espécie de animal.

            * Para a Pesquisa de Anticorpos
Esse teste refere-se à detecção de anticorpos reativos no soro do paciente utilizando um segundo anticorpo marcado. Antígenos padronizados são fixados a lâminas de vidro. O soro do paciente é diluído, colocado sobre o antígeno e incubado para permitir a formação do complexo antígeno-anticorpo. Após lavagens, a preparação é incubada com o conjugado fluorescente e, se houver anticorpo no soro, o conjugado reage com o anticorpo específico para o antígeno. Habitualmente, a imunofluorescência indireta é utilizada na detecção de auto-anticorpos, e também, na detecção de anticorpos anti-nucleares encontrados em grande quantidade no soro de pacientes com doenças autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico.


TÉCNICAS COM MARCADORES RADIOATIVOS
 
Radioimunoensaio
O radioimunoensaio é um dos métodos mais sensíveis para a análise quantitativa das reações antígeno-anticorpo, permitindo medidas rápidas e precisas; mesmo em preparações não purificadas, apresenta limiar de detecção da ordem de nanogramas ou picogramas. Como limitações destacam-se o custo do teste, a vida média dos reagentes e o risco operacional.
O radioimunoensaio pode ser utilizado para quantificar hormônios, drogas, marcadores tumorais, alérgenos e anticorpos e antígenos em doenças parasitárias. Há muitas variações, mas o princípio é o mesmo: a quantidade de reagente marcado (antígeno ou anticorpo) quantifica o antígeno ou anticorpo não-marcado na amostra.

Radioimunoensaio Direto
No radioimunoensaio direto, uma quantidade fixa e limitada de anticorpo é ligada a um suporte sólido. Adiciona-se uma quantidade fixa e pequena de antígeno marcado, misturada com uma amostra em teste ou com as soluções padrão que contêm concentrações conhecidas do antígeno não-marcado. Após um período de incubação, remove-se o antígeno não ligado e faz-se a medida da radioatividade da fase sólida. A partir da resposta obtida, a concentração do antígeno em teste é estimada por interpolação na curva.

Radioimunoensaio de competição
No radioimunoensaio de competição, uma quantidade fixa do antígeno é imobilizada em um suporte sólido. Adiciona-se uma quantidade fixa de anticorpo marcado específico, misturada com a amostra em teste ou uma série de soluções padrão com concentrações variadas do antígeno solúvel. Após um período de incubação, o anticorpo marcado que não se ligou à fase sólida e o antígeno solúvel são removidos por lavagem e faz-se a medida da radioatividade da fase sólida. A partir da resposta obtida, a concentração do antígeno em teste é estimada por interpolação na curva.

Radioimunoensaio de captura
No radioimunoensaio de captura, uma quantidade fixa de anticorpo é imobilizada em um suporte. A solução teste, com quantidade desconhecida de antígeno, ou as soluções padrão, com concentrações conhecidas do antígeno são adicionadas. Após a incubação, remove-se o antígeno não-ligado e adicionam-se anticorpos marcados específicos para o antígeno, com sítio de ligação diferente do sítio do anticorpo de fase sólida. O anticorpo marcado não-ligado é removido por lavagem e faz-se a medida da radioatividade da fase sólida. A partir da resposta obtida, a concentração do antígeno em teste é estimada por interpolação na curva. 
Fontes:

http://sitebiomedico.br.tripod.com/infeccoes.htm
Ferreira, A. Watter; Ávila, Sandra L.M. Diagnóstico Laboratorial .1996, editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro - RJ.
http://slideplayer.com.br/slide/334179/
http://www.biomedicinapadrao.com.br/2011/08/ifd.html